“Prefiro o silêncio de Buda à tagarelice dos teólogos (Dr. Leonardo Boff)
Tal frase acima pertence ao teólogo católico Dr. Leonardo Boff, concedida recentemente em uma entrevista ao canal de TV GNT. Ex frade franciscano e teólogo da libertação, lutou, e continua lutando, pelos direitos sociais e atualmente está voltado à discussão ambiental. É conhecido mundialmente por causa de seu discurso provocador às classes dominadoras.
Do outro lado temos Buda, que foi citado pelo teólogo Dr. Leonardo Boff. É fundador do budismo, religião e filosofia oriental. Foi um príncipe que viveu aproximadamente no ano 600 a.C. Inconformado com a miséria e sofrimento do povo, Buda buscou respostas para o sofrimento humano. O silêncio de Buda quer dizer que o mesmo não dava respostas prontas às pessoas que o procuravam, mas queria que cada um buscasse a resposta interior por meio da meditação, o silêncio.
Frase impactante, num contexto marcado pelo muito discurso e pouco, ou nada, de prática e compreensão. Segundo o Dr. Boff, muito se fala, e pouco se faz. Os discursos estão vazios, não olhando para a vida humana como um todo, mas apenas para sua parcialidade. Falta diálogo, o que gera má compreensão e falta de sensibilidade. Ao olharmos para o atual, vemos discursos que incitam à violência. Religiosos que, para chamar atenção do público, criam discursos aterrorizantes que, se uma pessoa que não esteja em sã consciência, será capaz das maiores brutalidades contra qualquer pessoa que esteja ao seu redor. Fanatismo que impede o direito a vida, igualdade e bem estar de toda, ou parte, da população. O ego acaba se tornando uma desgraça. Neste caso o discurso não está vazio, mas carrega ódio, desconhecimento e egoísmo.
Jesus Cristo vai ao encontro dos menosprezados, convidando a todos e todas para a comunhão. Este convite é feito com amor, sentimento mais profundo que acolhe, como um abraço confortante e quente. Este convite vem para nós a cada momento, ainda que estejamos fracos diante da luta a ser travada com os desafios que a vida coloca à nossa frente.
Não devemos dar ouvidos aos discursos insanos e violentos dos religiosos. Devemos, sim, ser cristãos e cristãs, pessoas que praticam o amor no dia a dia, que procuram compreender a vida humana e que não rejeitam pessoas. Que vão ao encontro de todos e todas que necessitam amor, carinho, abraço, dignidade.
Autor: Victor Junior Flegler